segunda-feira, 11 de abril de 2016

Maria e a Porta Santa

   
   O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da Misericórdia feita carne. A Mãe do Cristo Ressuscitado entrou no santuário da Misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor[Papa Francisco- Bula Papal]
       Olhar para Maria é o pedido que o Papa Francisco faz em sua bula papal sobre o Ano Santo da Misericórdia. Não apenas olhar como quem contempla um quadro ou uma peça de alegoria num museu. É aquele olhar passado que sente a Misericórdia como um princípio de vida. Olhar como um princípio de vida. Olhar como quem tem compaixão e que dilacera-se em dor naquele  que sofre. É o olhar que promove o outro porque sente com ele a sua própria miséria.
    Nesse olhar transformador encontra-se a verdadeira misericórdia que suscita caminhos que fortaleçam, purifiquem  e engradeçam o ser humano. A igreja caminha nesta direção e, por isso, promove as reflexões próprias, diárias e envolventes com as suas comunidades sobre este dado mariano do ano santo. O outro é o outro, princípio ativo da minha ação misericordiosa. Sem ele, não posso estabelecer esse vínculo de perdão e de reencontro. Não quer dizer que o perdão não deva ser concedido a mim mesmo nas minhas autocomiserações.          Há que atentar-se porque o vitimismo não é matéria de perdão. Preciso, antes, me reerguer e sair desta zona de conforto que rouba o afeto das pessoas. O perdão parte do princípio da liberdade interior e quem se faz de vítima, ao contrário. Aprisiona os outros.
    A alusão que o papa faz ao momento em que Maria e João estão aos pés da Cruz é extraordiná-ria. Ali experimentando a Misericórdia de Jesus para com a humanidade, especificamente perdoando os que o maltratam, eles aprendem, mais uma vez do Mestre. Perdoar, mesmo na dor ou no momento mais crucial de nossa história pessoal. No momento mais difícil de nossa vida, somos convidados a sair tão inteiramente de nós que o outro passa a ser a minha principal preocupação.
     Fazer memória da compaixão de Jesus presenciada por Maria, talvez tenha sido a referência que o Papa Francisco tenha pensado para nós pedir que rezássemos a oração tão terna e materna da Salve Rainha. Uma oração regada de súplicas e intercessões feitas por nós àquela que trouxe em seus braços o Menino Jesus. Uma atitude de humildade perante a grandiosa experiências por ter convivido com Ele, desde o seio até sua Ressurreição.
É importante essa recordação de Maria feita pelo Papa Francisco. Não há como celebrar qualquer festividade na igreja sem nos recordar daquela que disse Sim, desde o momento em que o Anjo lhe comunicou que ela seria a Mãe de Jesus. Por isso, ela será sempre fiel e eterna intercessora da igreja e de todos os seus filhos.


SALVE MARIA IMACULADA

Texto de Adelaide Fernandes


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