quinta-feira, 28 de abril de 2016

JUBILEU EXTRAORDINÁRIO DA MISERICÓRDIA

JUBILEU DOS ADOLESCENTES  
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO - 24 de Abril de 2016.
Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35).

   Queridos adolescentes, que grande responsabilidade nos confia hoje o Senhor! Diz-nos que as pessoas reconhecerão os discípulos de Jesus pelo modo como se amam entre si. Por outras palavras, o amor é o bilhete de identidade do cristão, é o único «documento» válido para sermos reconhecidos como discípulos de Jesus. O único documento válido. Se este documento perde a validade e não se volta a renová-lo, deixamos de ser testemunhas do Mestre. Por isso vos pergunto: Quereis acolher o convite de Jesus para ser seus discípulos? Quereis ser seus amigos fiéis? O verdadeiro amigo de Jesus distingue-se essencialmente pelo amor concreto; não um amor «nas nuvens», não; o amor concreto que brilha na sua vida. O amor é sempre concreto. Quem não é concreto e fala de amor, faz uma telenovela, um romance televisivo. Quereis viver este amor que Ele nos dá? Quereis ou não? Procuremos então frequentar a sua escola, que é uma escola de vida, para aprender a amar. E este é um trabalho de todos os dias: aprender a amar.
Antes de mais nada, amar é belo, é o caminho para sermos felizes. Mas não é fácil: é exigente, requer esforço. Pensemos, por exemplo, quando recebemos um presente: isto torna-nos felizes; mas, para preparar aquele presente, houve pessoas generosas que dedicaram tempo e esforço; e, assim, dando-nos algo de presente, deram-nos também um pouco de si mesmas, algo de que souberam privar-se. Pensemos também na prenda que vos deram os vossos pais e animadores, permitindo-vos vir a Roma para este Jubileu que vos é consagrado. Projetaram, organizaram, prepararam tudo para vós: e isto dava-lhes alegria, embora tenham talvez renunciado a uma viagem para eles. Esta é a dimensão concreta do amor. De facto, amar quer dizer dar... e não só coisas materiais, mas algo de nós mesmos: o próprio tempo, a própria amizade, as próprias capacidades.
Olhemos para o Senhor, que é imbatível em generosidade. D'Ele recebemos tantos dons, e todos os dias deveremos agradecer-Lhe... Gostava de vos perguntar: Agradeceis ao Senhor todos os dias? Mesmo que nos esqueçamos, Ele não Se esquece de nos oferecer cada dia um dom especial; não se trata de um presente que se possa ter materialmente nas mãos e usar, mas de um dom maior, um dom para a vida. Que nos oferece o Senhor? Oferece-nos uma amizade fiel, dom de que nunca nos privará. O Senhor é o amigo para sempre. Mesmo se O dececionas e te afastas d'Ele, Jesus continua a amar-te e a permanecer junto de ti, continua a crer em ti mais de quanto crês tu em ti próprio. Esta é a dimensão concreta do amor que Jesus nos ensina. E isto é muito importante! Pois a principal ameaça, que impede de crescer como se deve, é ninguém se importar de ti – e isto é triste -, é quando sentes que te deixam de lado. Ao contrário, o Senhor está sempre contigo e sente-Se contente em estar contigo. Como fez com os seus jovens discípulos, fixa-te nos olhos e chama-te para O seguir, «fazer-te ao largo» e «lançar as redes» confiado na sua palavra, ou seja, a pôr a render os teus talentos na vida, juntamente com Ele, sem medo. Jesus espera pacientemente por ti, aguarda uma resposta, espera o teu «sim».
Queridos adolescentes, na vossa idade, surge também em vós, de modo novo, o desejo de vos afeiçoardes e de receberdes afeto. Se fordes assíduos à escola do Senhor, Ele ensinar-vos-á a tornar mais belos também o afeto e a ternura. Colocar-vos-á no coração um intuito bom: querer bem sem me apoderar, amar as pessoas sem querer possuí-las, mas deixando-as livres. Pois o amor é livre! Não existe verdadeiro amor que não seja livre! É a liberdade que nos deixa o Senhor, quando nos ama. Ele sempre está perto de nós. De facto, existe sempre a tentação de poluir o afeto com a pretensão instintiva de agarrar, «possuir» aquilo de que se gosta; e isto é egoísmo. A própria cultura consumista agrava esta tendência. Mas, se se aperta muito uma coisa, esta mirra-se, estraga-se: depois fica-se dececionado, com o vazio dentro. Se ouvirdes a voz do Senhor, revelar-vos-á o segredo da ternura: cuidar da outra pessoa, o que significa respeitá-la, protegê-la e esperar por ela. E essa é a dimensão concreta da ternura e do amor.
Nestes anos de juventude, sentis também um grande desejo de liberdade. Muitos dir-vos-ão que ser livre significa fazer aquilo que se quer. Mas a isto é preciso saber dizer não. Se tu não sabes dizer não, não és livre. Livre é aquele que sabe dizer sim e sabe dizer não. A liberdade não é poder fazer sempre aquilo que me apetece: isto torna-nos fechados, distantes, impede-nos de ser amigos abertos e sinceros; não é verdade que, quando eu estou bem, tudo está bem. Não, não é verdade. Ao contrário, a liberdade é o dom de poder escolher o bem: esta é a liberdade. E é livre quem escolhe o bem, quem procura aquilo que agrada a Deus, ainda que custe; não é fácil. Mas penso que vós, jovens, não tendes medo dos esforços, sois corajosos! Só com opções corajosas e fortes é que se realizam os sonhos maiores, os sonhos pelos quais vale a pena gastar a vida. Opções corajosas e fortes. Não vos contenteis com a mediocridade, com «deixar correr» ficando cómodos e sentados; não vos fieis de quem vos distrai da verdadeira riqueza que sois vós, dizendo que a vida só é bela se se possuir muitas coisas; desconfiai de quem quer fazer-vos crer que valeis quando vos mascarais de fortes, como os heróis dos filmes, ou quando vestis pela última moda. A vossa felicidade não tem preço, nem se comercializa; não é uma "app" que se descarrega do telemóvel: nem a versão mais atualizada vos poderá ajudar a tornar-vos livres e grandes no amor. A liberdade é outra coisa.
Com efeito, o amor é o dom livre de quem tem o coração aberto; o amor é uma responsabilidade, mas uma responsabilidademaravilhosa, que dura toda a vida; é o compromisso diário de quem sabe realizar grandes sonhos. Ai dos jovens que não sabem sonhar, que não ousam sonhar! Se um jovem, na vossa idade, não é capaz de sonhar, já se aposentou, não serve. O amor nutre-se de confiança, respeito, perdão. O amor não se realiza falando dele, mas quando o vivemos: não é uma poesia suave que se aprende de memória, mas uma opção de vida a pôr em prática! Como podemos crescer no amor? Também nisto o segredo é o Senhor: Jesus dá-Se-nos a Si mesmo na Missa, oferece-nos o perdão e a paz na Confissão. Aí aprendemos a acolher o seu Amor, a assumi-lo, a repô-lo em circulação no mundo. E quando parece exigente amar, quando é difícil dizer não àquilo que é errado, erguei os olhos para a cruz de Jesus, abraçai-a e não largueis a sua mão que vos conduz para o alto e vos levanta quando caís. Na vida, sempre se cai, porque somos pecadores, somos fracos. Mas temos a mão de Jesus que nos ergue, que nos levanta. Jesus quer-nos de pé! Aquela bela palavra que Jesus dizia aos paralíticos: «Levanta-te». Deus criou-nos para estarmos de pé. Existe uma bela canção que os alpinos cantam quando sobem. A canção diz assim: «na arte de subir, importante não é o não cair, mas o não permanecer caído»! Ter a coragem de levantar-se, de nos deixarmos reerguer pela mão de Jesus. E esta mão muitas vezes chega até nós pela mão de um amigo, pela mão dos pais, pela mão daqueles que nos acompanham na vida. O próprio Jesus em pessoa está ali. Levantai-vos! Deus quer-nos de pé, sempre de pé!
Sei que sois capazes de gestos de grande amizade e bondade. Sois chamados a construir o futuro assim: juntamente com os outros e para os outros, jamais contra outro qualquer! Não se constrói «contra»: isto chama-se destruição. Fareis coisas maravilhosas, se vos preparardes bem já desde agora, vivendo plenamente esta vossa idade tão rica de dons, e sem ter medo do esforço. Fazei como os campeões desportivos, que alcançam altas metas treinando-se, humilde e duramente, todos os dias. O vosso programa diário sejam as obras de misericórdia: treinai-vos com entusiasmo nelas, para vos tornardes campeões de vida, campeões de amor! Assim sereis reconhecidos como discípulos de Jesus. Assim tereis o bilhete de identidade de cristãos. E garanto-vos: a vossa alegria será completa.

Texto de: Papa Francisco

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Políticos Santos

Haverá santos entre os políticos? Felizmente podemos citar alguns.
Começo pelo famoso prefeito de Florença, Jorge La Pira, duas vezes eleitos para o cargo no agitado pós guerra italiano, de 1951 a 1957 e de 1961 a 1965. Cognominado “o prefeito santo”, já tem em seu processo de beatificação o título de servo de Deus.
Outro políticocristão notável da Itália é Igino Giordano(1894-1980). Foi bibliotecário da Biblioteca Vaticana e, com Chiara Lubich, foi fundador do movimento dos focolares, onde viveu a política de comunhão. Ativo na vida públicaitaliana, após a segunda guerra mundial, participou como deputado da AssembléiaConsti-
tuinte, que deu forma a república italiana. Definia a política como “a caridade em ato”.Tinha no Movimento o nome de Foco. Faleceu em Roccadi Papa na casa dos focolarinos. Também está em seu processo de beatificação e canonização.
Não propriamente político,mas príncipe da casa real da Polônia , Augusto Czartoryski nasceu em 1858 em Paris, onde sua família, herdeira do trono polônes, se exilara. Foi seu preceptor o fradecarmelita José Kalinowski, canonizado por S. João Paulo II em 1991. O acontecimento que marcou o rumo de sua vida foi o encontro com D Bosco em sua residência em Paris, o Palácio Lambert. Daí nasceu para o príncipe Augusto plena convicção de que não só era chamado ao sacerdócio, mas que devia sê-lo como salesiano. Dom Bosco relutou quando pôde em receber um príncipe em sua pobre Congregação, destinada à educação de meninos pobres. Foi uma ordem do Papa Leão XIII que obrigou a aceitá-lo na humilde Sociedade de S.Francisco de Sales. Recebeu a batina das mãos de Dom Bosco em 1887 na Basílica de Maria Auxiliadora em Turim, com os colegas de sua turma. Logo se revelou a doença fatal queo levaria à tumba; tuberculose  pulmonar. Neste tempo, teve como acompanhante
O Servo de Deus, Pe. André Beltrami, o salesiano especial, de quem escrevino “ O Semeador” de 19 de março último . Preparado pelo sofrimento, o príncipe Augusto foi ordenado presbítero em 2 de abril de 1892 e teve brevíssima  vida sacerdotal. Partiu para a pátria celeste em 08 de abril de 1893. São JoãoPaulo II, seu conterrâneo, no entardecer de seu pontificado, declarou-o Beato em solene cerimônia, na praça de São Pedro em Roma, em 24 de abril de 2004.
Termino, lembrando que o Beato Paulo VI proclamara que a política é a mais alta forma de exercício da caridade,porque é um serviço prestado a um povo, que delegou a alguém poderes especiais na busca do bem comum. O mesmo também ensinou São João Paulo II em sua viagens ao redor do mundo, lembrando aos homens do poder que eles estavam ali a serviço do povo, para obem da comunidade humana, e não para seus interesses pessoais.

Conteúdo escrito por Dom Edvaldo Gonçalves Amaral SDB,
Bispo Emérito de Maceió.

 FELIZ A NAÇÃO QUE TEM O SENHOR POR SEU DEUS , E O  POVO QUE ELE ESCOLHEU PARA SUA HERANÇA.
(Sl-32,12)

ROGUEMOS PELO NOSSO PAÍS

Texto de Adelaide Fernandes

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Maria e a Porta Santa

   
   O pensamento volta-se agora para a Mãe da Misericórdia. A doçura do seu olhar nos acompanhe neste Ano Santo para podermos todos nós redescobrir a alegria da ternura de Deus. Ninguém, como Maria, conheceu a profundidade do mistério de Deus feito homem. Na sua vida, tudo foi plasmado pela presença da Misericórdia feita carne. A Mãe do Cristo Ressuscitado entrou no santuário da Misericórdia divina, porque participou intimamente no mistério do seu amor[Papa Francisco- Bula Papal]
       Olhar para Maria é o pedido que o Papa Francisco faz em sua bula papal sobre o Ano Santo da Misericórdia. Não apenas olhar como quem contempla um quadro ou uma peça de alegoria num museu. É aquele olhar passado que sente a Misericórdia como um princípio de vida. Olhar como um princípio de vida. Olhar como quem tem compaixão e que dilacera-se em dor naquele  que sofre. É o olhar que promove o outro porque sente com ele a sua própria miséria.
    Nesse olhar transformador encontra-se a verdadeira misericórdia que suscita caminhos que fortaleçam, purifiquem  e engradeçam o ser humano. A igreja caminha nesta direção e, por isso, promove as reflexões próprias, diárias e envolventes com as suas comunidades sobre este dado mariano do ano santo. O outro é o outro, princípio ativo da minha ação misericordiosa. Sem ele, não posso estabelecer esse vínculo de perdão e de reencontro. Não quer dizer que o perdão não deva ser concedido a mim mesmo nas minhas autocomiserações.          Há que atentar-se porque o vitimismo não é matéria de perdão. Preciso, antes, me reerguer e sair desta zona de conforto que rouba o afeto das pessoas. O perdão parte do princípio da liberdade interior e quem se faz de vítima, ao contrário. Aprisiona os outros.
    A alusão que o papa faz ao momento em que Maria e João estão aos pés da Cruz é extraordiná-ria. Ali experimentando a Misericórdia de Jesus para com a humanidade, especificamente perdoando os que o maltratam, eles aprendem, mais uma vez do Mestre. Perdoar, mesmo na dor ou no momento mais crucial de nossa história pessoal. No momento mais difícil de nossa vida, somos convidados a sair tão inteiramente de nós que o outro passa a ser a minha principal preocupação.
     Fazer memória da compaixão de Jesus presenciada por Maria, talvez tenha sido a referência que o Papa Francisco tenha pensado para nós pedir que rezássemos a oração tão terna e materna da Salve Rainha. Uma oração regada de súplicas e intercessões feitas por nós àquela que trouxe em seus braços o Menino Jesus. Uma atitude de humildade perante a grandiosa experiências por ter convivido com Ele, desde o seio até sua Ressurreição.
É importante essa recordação de Maria feita pelo Papa Francisco. Não há como celebrar qualquer festividade na igreja sem nos recordar daquela que disse Sim, desde o momento em que o Anjo lhe comunicou que ela seria a Mãe de Jesus. Por isso, ela será sempre fiel e eterna intercessora da igreja e de todos os seus filhos.


SALVE MARIA IMACULADA

Texto de Adelaide Fernandes